Falhanço: Alguns sinais de alerta

Falhaste? Buuuuuu ou parabénsComo saber se devemos continuar a tentar até dar ou se devemos seguir para outra?

Sintomas do falhanço que fui detectando e agora partilho.

1- Não há vendas, e não há desculpas óbvias para não haver vendas

Uma coisa é quando a ideia está a ser testada, o produto ainda não está desenvolvido, ou quando a máquina até já funciona mas ainda não houve grande investimento de marketing. Outra coisa é quando já temos um produto capaz de satisfazer uma necessidade que pelo menos existia nas nossas cabeças, já gastamos um budget respeitável em marketing de forma mais ou menos consistente, e mesmo assim continuamos sem ter vendas. Se calhar ninguém quer o produto conforme ele está, não existe sequer uma necessidade real do mesmo ou então alguém não o “pintou” como deveria de ser. De qualquer forma, chegando a este ponto, ou se dá um passo atrás e se altera algo substancial da máquina criada até ao momento, de preferência com base no feedback obtido até à data, ou mais vale começar a pensar numa fonte de rendimento alternativa.

2- Havendo vendas, não temos um modelo rentável

Se gastamos €300 em campanhas de marketing digital para vendermos €20, algo está mal. Das duas uma: ou as campanhas não estão bem segmentadas e optimizadas, ou o produto não é assim tão bom. Se for a primeira opção, óptimo! Trata-se de uma modificação de estratégia de marketing, e é uma questão de teste até se chegar a uma campanha bem otimizada. Se, no entanto, já fizemos trinta por uma linha, testamos vários públicos, mensagens, etc., e continuamos a gastar muito mais em marketing do que aquilo que vendemos, está na hora de repensar o próprio produto/ serviço que estamos a oferecer. Ter um modelo de negócio sustentável deve ser o principal objetivo de qualquer startup desde o primeiro dia, ainda que nem sempre seja possível executá-lo desde o início.

3- Há vendas, mas ficam por aqui

Apesar de até haver vendas e de existir um modelo rentável por trás destas conversões, a verdade é que podemos não ter um modelo escalável ao ponto de despoletarmos uma grande disrupção mundial daquelas que nos deixa mesmo ricos e que continuam a vender mesmo quando estamos a dormir. Ou seja, o mercado potencial pode já ter sido atingido. Estou a falar da altura em que a startup até paga salários, tem algum lucro, mas há qualquer coisa a nível operacional ou relativa a potenciais mercados alternativos que não permite que o modelo escale verdadeiramente. Podemos ter, por exemplo, um produto que seja inovador em determinado território, tendo por isso boa receptividade no respetivo público (ex.: um produto a vender super bem em Portugal), mas que fora dessa área já seja banal ou não seja necessário, e que portanto se traduza na insensatez de tentativa de escalar algo que é muito pouco provável que funcione. Partindo da definição de startup, que presume um modelo de negócio escalável de alguma forma, este caso seria o de uma startup falhada. E então? Nem tudo tem de ser uma startup. Passa a ser um caso de um empresa que paga salários e se possível a pessoas que gostam do que fazem. Neste caso, resta-nos escolher entre continuar a fazer o que está a ser bem feito, ou criar procedimentos para passar a pasta e voltar a tentar!

Foi mesmo difícil escrever isto! Não é um assunto assim tão óbvio. Portanto o mais provável é que o gut feeling funcione melhor para cada caso. E há sempre forma de dar a volta anyway.

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